Eternal Night por Alayna Ravenwood


Primeiro Livro de uma série


Prólogo Anna

As folhas dos galhos batiam contra meu rosto. Era depois da meia noite, e eu não conseguia enxergar nada. Eu podia ouvi-lo se aproximando de mim e meu coração parecia querer fugir pela garganta. Meus pulmões não estavam mais colaborando comigo, e quando ele me agarrou, nós dois caímos.
Eu gritei, me afastando enquanto ele tentava alcançar minhas mãos. Meu medo era real, mas mesmo assim, meu corpo tinha sido treinado em como lidar com isso. Kanae me ensinou nunca deixar alguém me limitar, então eu virei meu braço, e consegui me liberta das mãos dele. Ele ficou surpreso, então tomei essa oportunidade para acertá-lo no estomago, e lutei para ficar de pé. Suor gelado estava escorrendo por minha pela enquanto eu começava a correr novamente. Eu podia ver minha casa agora, a cabana de madeira onde eu havia crescido.
Eu não podia senti-lo atrás de mim, mas eu sabia que ele estava vindo. Eu senti os degraus da varanda cedendo enquanto eu subia neles. As dobradiças enferrujadas rangiam enquanto eu entrava na casa, e fechei a porta com força atrás de mim, trancando a logo em seguida.
"Mãe!"
Eu a chamei diversas vezes enquanto eu tentava discar 190. Eu entrei na cozinha, meu corpo tremendo enquanto eu tentava não olhar pelas janelas para checar se ele ainda estava lá.
E foi assim que encontrei ela.
Ela estava ali, no chão, parada, como se estivesse dormindo.
Eu segurei o folego e meu coração se apertou.
"Mãe..."
Eu senti meus nervos vibrarem, e eu corri até ela e segurei seu rosto, tentando fazê-la olhar para mim.
"Mãe! Acorda! Alguém está lá fora! Nós temos que ir!"
Mas ela não estava olhando para mim. Foi aí que vi o sangue. A ferida em seu peito. O olhar morto em seus olhos.
"Nós estávamos esperando por você, Anna."
Eu me senti mal. Não conseguia respirar. Eu queria fazer alguma coisa, gritar, entrar em pânico, correr, sacudi-la até ela acordar, mas eu nem ao menos conseguia me mover. Eu não conseguia fazer nada. Eu estava paralisada de medo.
Alguém estava aqui comigo, parado bem na minha frente, mas eu não conseguia olhar para ele. Sua presença era enorme, mas eu sabia que essa não era a mesma pessoa que havia corrido atras de mim até aqui.
Essa pessoas era o próprio mal.

Capítulo 01
Um ano depois: Inglaterra


Duas semanas se passaram desde que acordei. Duas semanas mais surreais de minha vida.
Quando eu acordei no primeiro dia, eu sabia logo que algo estava errado. Eu ainda podia sentir o quão apertadas eram as amarras em meus pulsos, e o pânico que sentia em meu peito.
Agora eu estava aqui parada nessa luz da manhã, olhando novamente pelos arbustos selvagens do lugar no qual eu havia acordado. A luz mudava no chão da floresta conforme os vendo balançava os galhos. Tudo parecia diferente, mas eu continuava a vigiar a porta da frente da mansão branca como se eu pudesse me ver atravessando-a a qualquer momento. O sentimento de abandono que eu havia sentido naquele dia estava pairando sobre mim. No começo isso tinha desaparecido completamente conforme a memória do assassinato de minha mãe vinha a mente com força total. Levou uma semana para os médicos me convencer que isso tinha acontecido um ano atrás e não dias atrás.
Mas aquele sentimento inicial, tão de passagem, mas tão real, assombrava meus sonhos. Eu não estava procurando por alguma coisa, mas sim por alguém. A mesma pessoas que havia roubado minhas lembranças, e cortado as amarras de mim depois que adormeci.
Porém eles tiveram certeza que eu lembraria somente de uma coisa.
"Anna!"
Eu me virei, meu cabelo longo e loiro balançando em volta de mim e vi minha prima Brook correndo atrás de mim. Nós realmente não parecíamos em nada, os olhos dela um tom de castanho escuro, combinando com seus cachos, enquanto os meus era um azul pálido.
"Eu esperava de alcançar" ela disse. "Se importa se eu te acompanhar? Eu quero checar o correio."
Eu fiz sinal que sim e comecei a correr. Aparentemente meu tio Jimmy havia cuidado de tudo em relação a situação de minha mãe. Ele e minha prima viviam perto da propriedade onde minha mãe e ele haviam morado.
Meu tio e minha prima fizeram de tudo para me fazer sentir confortável, mas eu sabia que eu havia perturbado a vida deles. Brook tentava não demonstrar isso, mas ela não sabia como lidar comigo. A verdade era que eu não tinha nenhuma habilidade social, e nenhum interesse em aprender. Formar laços com minha nova família era a última coisa em minha mente. Mesmo assim ela estava correndo alguns passos atrás de mim, como se ela estivesse tentando provar alguma coisa ao conseguir me acompanhar.
Quando nós chegamos ao final da trilha pelos bosques, ela alcançou a caixa de correio e olhou as correspondências.
"Ah, que bom" ela disse. "Sua carta de admissão da Nightfall está aqui."
Eu peguei a carta e abri, dando uma olhada. Depois de descobrir que Brook frequentava uma escola privada privilegiada, eu havia insistido em ingressar nela também. Os médicos e meu tio Jimmy achavam uma péssima ideia, mas eles não entendiam. Brook, principalmente ficou surpresa de minha paixão repentina em ir para a escola dela. Eu acho que ela pensou que eu estava tentando atrapalha-la ainda mais, porém isso não tinha nada a ver com ela.
Essa era a única coisa que eu conseguia me lembrar. Esse símbolo destorcido da escola com um N e um F entrelaçados. A imagem não saía de minha cabeça. Eu não tenho certeza de que dúvidas seriam respondidas lá, mas eu tinha certeza de que me levaria a algum lugar.
"Quando nós partiremos?"

Eu passei a minha última noite sozinha em meu quarto fazendo as malas. Eu não tinha muito, apenas o que me fora dado enquanto eu frequentava o hospital nessas últimas semanas. Havia uma propriedade que minha mãe havia deixado para mim, mas estava detido enquanto meu nome não fosse descartado como assassina em potencial. E Nightfall tinha uniformes de qualquer jeito.
"Porque você quer estudar em Nightfall?"
Brook entrou em meu quarto, fechando a porta atrás dela.
Eu estava surpresa em ouvir algo que não fosse raiva em sua voz, e a vi me encarando como se pudesse ver dentro de minha mente.
"Isso te perturba?" perguntei.
"Sim" ela disse. "Você me odeia, e agora tenho que te aturar me odiando o ano todo."
Eu continuei dobrando o par de calças que estava em minhas mãos. "Eu não te odeio."
Brook suspirou. "Então porque não conversa comigo? Você quase nem responde quando eu falo com você. Você nunca quer fazer nada. Eu sei que você passou por muita coisa, mas se você realmente está afim de entrar numa nova escola onde você não conhece ninguém, então porque não podemos ser amigas?"
Confusão não era um sentimento que eu estava acostumada a lidar, mas o que eu sentia agora podia ser identificado como isso. Eu nunca tive muito amigos, e certamente nunca tive alguém que ficou chateada comigo por eu não ser amiga dela. Só era difícil eu me importar quando minha mente estava focada em outra coisa.
"Provavelmente não vale colocar esforços em mim." eu disse. "Tenho costume de ficar distraída."
"Eu não entendo então", ela disse. "Porque quer ir para Nightfall?"
"Eu acho que ajudaria a descobrir o que aconteceu com minha mãe." eu disse.
Ela ficou quieta por um longo tempo antes de falar novamente, eu continuei a fazer as malas. Quando ela finalmente começou a falar, ela parecia distante.
"Quando eu te encontrei aquela noite, era isso que você gritava tanto. Eu nem sabia de sua existência, e quando meu pai desceu, ele começou a chorar quando ele te pegou. Eu estava tão confusa quando ele te reconheceu e tentou te acalmar, mas então você desmaiou. Eu pensei que tinha morrido," ela disse.
Eu fechei meus olhos. Eu tinha acordado no hospital, vários dias depois.
"As vezes quando eu acordo, eu penso que estou em casa, em minha própria cama prestes a levar uma bronca por ter dormido demais," eu disse. "Então a realidade caí sobre mim e eu lembro que ela está morta e que eu estou sozinha agora."
Brook me fuzilou com os olhos. "Por que você pensaria que está sozinha? Mesmo que você não queira nenhum amigo em Nightfall, você tem a mim. E se você mudar de ideia, alguns dos meus amigos são muito legais. O que quer que seja que você está procurando lá, não precisa fazer sozinha. Isso é uma escolha."
Quando ela abriu a porta, eu olhei para ela. "Você nunca parou para pensar no porque nossos pais nunca nos disseram sobre nós duas? Eu Não tinha ideia que você existia também. Agora ela está morta e eu perdi um ano inteiro de minha vida. Tem que haver uma explicação."
Eu podia ver que ela sabia de algo. O jeito que ela olhou para o chão antes de olhar para mim.
"As vezes a verdade é melhor quando é deixada para trás" ela disse antes de me deixar sozinha no meu quarto.

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